segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dois meses chegando

Outro dia estava aqui escrevendo sobre a felicidade pela chegada da Sophia, e já se vão quase dois meses.

No entanto não dá pra dizer que "passou voando".

Foram muitas noites longas, embora confesse que minha mulher sofre mais do que eu neste quesito, com choros intermináveis e desesperos quase alucinados.

Um bebê é, realmente, uma lição de vida.

Para quem resolve, como eu, assistir ao parto, a lição já começa ali.

Quando o médico "puxou" ela foi uma emoção como eu nunca tinha sentido na vida. Costumo dizer aos amigos que imaginem algo que os emocionou muito e multiplique pela enésima potência.

E a Sophia não chorou.

A enfermeira a pega nos braços e coloca no berço (aqueles aquecidos cheios de sensores e fios) para fazer os testes de reflexos e tal. A Sophia tirou 9.

Depois de limpa a colocam novamente no berço e oferecem a este pai bobo, que neste ponto já não segurava lágrima nenhuma, a possibilidade de tocar no bebê.

Parei do lado dela e coloquei meu indicador entre os seus dedinhos. Imediatamente ela abriu os olhos, ainda cinzas, como que se me reconhecesse.

O médico ficava perguntando: "Não vai desmaiar né?"

A única coisa que eu não faria naquele momento era desmaiar. Queria viver cada momento.

Minha esposa na mesa estava tranquila, pois o médico já tinha garantido: "Ela é perfeita." (E quem não pergunta isso né?). Mesmo assim, pedi para levar a Sophia até ela. Foi um momento mágico, pois naquele momento ela já resmungava e foi só ouvir a voz da mãe que o silêncio tomou conta da sala. Era uma união transcendental. Um homem jamais terá tal união com o seu filho.


E depois daí foram dias e dias de lições.

A fralda que não deu certo, a pomada que não foi eficaz, o jeito certo de segurar, embalar ou não...

"E quando os pais estão extremamente cansados, o bebê começa a sorrir". Li isto em algum lugar.

E é assim mesmo. No final do primeiro mês a Sophia já ensaiava os sorrisos, e aquilo era como uma injeção de adrenalina nos nossos corpos exaustos.

Hoje ela ri o tempo todo. E nós, também.