quinta-feira, 14 de abril de 2011

Falcão no Internacional

Para quem não sabe, aqui no Rio Grande do Sul ou tu és colorado, ou gremista.

Não que os outros times não tenham torcida, mas a coisa é bem polarizada mesmo.

Minha família é praticamente toda colorada, ou seja, torcedora do Internacional.

Meu clube, seguindo o exemplo do rival (e veja que admitir isto é muito difícil) - que hoje tem Renato Gaúcho como técnico -, contratou, na semana passada, um dos seus maiores ídolos para ocupar a cadeira de comandante do time profissional: Paulo Roberto Falcão.

Falcão começou como jogador profissional no Internacional na década de 1970, e foi um dos responsáveis por levar aquele timaço ao tricampeonato brasileiro (1975, 1976 e 1979). Depois disso, transferiu-se para o Roma, da Itália, onde simplesmente foi apelidado de "O Rei de Roma", o que dispensa comentários sobre sua trajetória no país da bota.

Volante, mas com muita técnica - coisa difícil nos dias de hoje - o "Bola bola", como era chamado, participou daquela seleção de 1982, com Zico, Sócrates, etc., que perdeu para a Itália e ficou fora do mundial - talvez o maior "pecado" de todas as copas.

Mesmo tendo passado pelo São Paulo, é no Internacional que todos lembram dele.

Acima de tudo, o próprio Falcão diz-se torcedor do colorado.

Quis o destino (que clichê né?) que a saída de Celso Roth do comando trouxesse a oportunidade para a volta do ídolo.

A estreia vai ser no sábado, pelo Campeonato Gaúcho. Em todas as entrevistas que concedeu, Falcão vem dizendo que não vai mudar muita coisa, uma vez que teve pouco tempo, mas que pretende mudar muito o estilo de jogo do time. Isso é como música para os ouvidos dos torcedores, que já não aguentavam o esquema "chama derrota" de Celso Roth.

Enfim, antes mesmo da estreia quero deixar meu comentário pronto, sem medo de errar: "Vai ser um novo Internacional e, se deixarem ele trabalhar (nos moldes de clubes europeus em que os técnicos ficam anos no cargo), teremos um clube muito mais internacional.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O massacre do Rio de Janeiro

Infelizmente não há outro assunto no dia de hoje. Em qualquer lugar o comentário é o mesmo: "Bah, tu viu o que aquele cara fez?" Impossível ficar indiferente. O pior de tudo é que não há muito o que dizer. É uma conversa de frases curtas, como este post. Achei interessante um comentário que ouvi há pouco: "todos precisamos de uma explicação, para podermos seguir em frente." Identifiquei-me com isso, pois eu preciso desta explicação. Fiquei até tarde acordado esperando os jornais noturnos, na esperança de que alguma reportagem trouxesse algo conclusivo. É muito fácil dizer que o cara era louco, ou doente. Mas somente isso não explica. Sei lá. Talvez todos nós precisássemos fazer um minuto de silêncio, nem que este minuto fosse individual, pensando na dor das famílias e daqueles que sobreviveram depois de presenciar esta atrocidade. Crianças, ou adolescentes se preferirem, que ficarão marcados para sempre depois de assistir amigos e colegas serem executados. Incrível. Triste. E, infelizmente, sem explicação. Respeitemos o luto. Compartilhemos a dor.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A morte de Flávio Alcaraz Gomes

No dia 05 de abril, descansando em casa no horário de almoço, zapeei um pouco na TV e levei um grande susto ao sintonizar a TV Pampa de Porto Alegre. Ouvi uma notícia que deixou-me profundamente triste: a morte de Flávio Alcaraz Gomes.

Foi meio estranho, confesso.

Naquele dia tinha chegado mais tarde em casa e não assisti "Os Guerrilheiros da Notícia" (programa que ele comandava) desde o início. Sendo assim a primeira coisa que chamou minha atenção foi a cadeira do comandante vazia. Já senti o tremor, pois sabia que o Flávio (como todos nós que assistimos ao programa nos acostumamos a chamá-lo, como se íntimos dele fôssemos) vinha enfrentando problemas de saúde. Pois o Comandante não estava lá. A bancada estava cheia, aliás mais do que de costume, mas faltava a cabeça.

Não entendi muito bem.

Fiquei torcendo que fosse mais uma daquelas semanas de folga que ele vinha tirando, em virtude de problemas de saúde. Ledo engano.

A certeza do pior só veio quando prestei atenção aos olhos marejados de todos que ali estavam. Gritei para minha esposa: "- O Flávio morreu!" Ela, que aprendeu a assistir ao programa comigo veio correndo: "O "velhão"? - como costumava chamá-lo.

O que veio a partir daí foram sentimentos muito fortes.

Tenho 32 anos mas acompanhava o Flávio acho que desde os 18 sei lá... talvez antes.

A história dele como jornalista e correspondente internacional conhecia só das leituras.

Eu conhecia o Flávio dos seus programas na extinta TV 2 Guaíba. Adorava o "Flávio Alcaraz Gomes e Os Guerrilheiros da Notícia", que depois tornou-se "Os Guerrilheiros da Notícia" e o "Fórum", onde ele sempre entrevistava uma personalidade, dando total espaço para ela, colocando-se como entrevistador (como poucos sabem fazer hoje em dia).

Os Guerrilheiros sofreram um golpe grande em 2007, quando a Guaíba foi vendida para a Record e então o programa terminaria. Todos pensaram assim, pelo menos. O Flávio iria se aposentar, todos diziam.

Pois o programa não acabou. Ocupara agora um espaço na TV Pampa, em horário diferente, mas com o mesmo brilho. Um desafio novo encarado com naturalidade, mesmo com a idade avançada.

O Flávio, do alto da sua posição de mediador (não sei se a cadeira é mais alta fisicamente falando, mas com certeza ela ficava com ele sentado nela) era o gestor daquela bagunça organizada e, por vezes, ele mesmo bagunçava tudo, talvez por divertimento próprio ou para satisfazer o telespectador.

Foram muitas as "brigas" com o Baldi. Como esquecer aquele "heim Baldi?!" que ele largava de vez em quando, com o único intuito de irritar o colega de tantos anos?

A falta que ele fará é muito grande.

Muitos serão aqueles que falarão sobre esta lacuna, das mais diversas maneiras e sob os mais diversos prismas.

A mim, mero telespectador e admirador, resta dizer que meus horários de almoço não serão mais os mesmos - mesmo que o programa continue (amém) - pois faltará o jornalista, o correspondente, o mediador mas, principalmente, o GRANDE Flávio Alcaraz Gomes.