quinta-feira, 7 de abril de 2011

A morte de Flávio Alcaraz Gomes

No dia 05 de abril, descansando em casa no horário de almoço, zapeei um pouco na TV e levei um grande susto ao sintonizar a TV Pampa de Porto Alegre. Ouvi uma notícia que deixou-me profundamente triste: a morte de Flávio Alcaraz Gomes.

Foi meio estranho, confesso.

Naquele dia tinha chegado mais tarde em casa e não assisti "Os Guerrilheiros da Notícia" (programa que ele comandava) desde o início. Sendo assim a primeira coisa que chamou minha atenção foi a cadeira do comandante vazia. Já senti o tremor, pois sabia que o Flávio (como todos nós que assistimos ao programa nos acostumamos a chamá-lo, como se íntimos dele fôssemos) vinha enfrentando problemas de saúde. Pois o Comandante não estava lá. A bancada estava cheia, aliás mais do que de costume, mas faltava a cabeça.

Não entendi muito bem.

Fiquei torcendo que fosse mais uma daquelas semanas de folga que ele vinha tirando, em virtude de problemas de saúde. Ledo engano.

A certeza do pior só veio quando prestei atenção aos olhos marejados de todos que ali estavam. Gritei para minha esposa: "- O Flávio morreu!" Ela, que aprendeu a assistir ao programa comigo veio correndo: "O "velhão"? - como costumava chamá-lo.

O que veio a partir daí foram sentimentos muito fortes.

Tenho 32 anos mas acompanhava o Flávio acho que desde os 18 sei lá... talvez antes.

A história dele como jornalista e correspondente internacional conhecia só das leituras.

Eu conhecia o Flávio dos seus programas na extinta TV 2 Guaíba. Adorava o "Flávio Alcaraz Gomes e Os Guerrilheiros da Notícia", que depois tornou-se "Os Guerrilheiros da Notícia" e o "Fórum", onde ele sempre entrevistava uma personalidade, dando total espaço para ela, colocando-se como entrevistador (como poucos sabem fazer hoje em dia).

Os Guerrilheiros sofreram um golpe grande em 2007, quando a Guaíba foi vendida para a Record e então o programa terminaria. Todos pensaram assim, pelo menos. O Flávio iria se aposentar, todos diziam.

Pois o programa não acabou. Ocupara agora um espaço na TV Pampa, em horário diferente, mas com o mesmo brilho. Um desafio novo encarado com naturalidade, mesmo com a idade avançada.

O Flávio, do alto da sua posição de mediador (não sei se a cadeira é mais alta fisicamente falando, mas com certeza ela ficava com ele sentado nela) era o gestor daquela bagunça organizada e, por vezes, ele mesmo bagunçava tudo, talvez por divertimento próprio ou para satisfazer o telespectador.

Foram muitas as "brigas" com o Baldi. Como esquecer aquele "heim Baldi?!" que ele largava de vez em quando, com o único intuito de irritar o colega de tantos anos?

A falta que ele fará é muito grande.

Muitos serão aqueles que falarão sobre esta lacuna, das mais diversas maneiras e sob os mais diversos prismas.

A mim, mero telespectador e admirador, resta dizer que meus horários de almoço não serão mais os mesmos - mesmo que o programa continue (amém) - pois faltará o jornalista, o correspondente, o mediador mas, principalmente, o GRANDE Flávio Alcaraz Gomes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário