segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os Deuses do Futebol Brasileiro

O futebol brasileiro, já há muito tempo, tornou-se uma fábrica de deuses. Alguns deuses, outros semi-deuses; uns por muito tempo, outros com o tempo de vida de uma borboleta.

A crítica esportiva está atendo-se ao caso Ronaldinho Gaúcho e Flamengo, e na provável separação entre eles. Senão vejamos: R10 foi contratado a peso de ouro, chegou declarando amor incondicional ao clube (quem não lembra "agora eu sou Mengão") e prometendo empenho e títulos.

Logo de saída criou-se até o "Disque Dentuço", onde os torcedores ligariam para dizer onde o Gaúcho (dói usar este termo) estaria fazendo festa  naquela noite - tamanha era a indignação pela extrema falta de profissionalismo do jogador.

Muitos altos e baixos e chegou-se à situação atual.

Este caso elucida o que quero abordar.

Ronaldinho é um caso à parte. O que ganha mensalmente é algo impensável para um trabalhador comum. Ouço muitos dizerem que o jogador de futebol tem que ganhar bem pois sofre muitas privações durante a carreira e que esta é muito curta. Hã?!

Vamos falar de jogadores "menos ricos". Um jogador de futebol meia-boca ganha perto dos seus 20, 30 mil Reais mensais. Na sua maioria, são jovens. Solteiros (ou mal casados).

O que você faria com um salário de 20 mil Reais mensais? Mais ainda, o que faria se todo mundo a sua volta te conhecesse e praticamente fizesse tudo para agradá-lo? Os pensamentos mais estúpidos poderiam tornar-se realidade, seja com teu próprio dinheiro ou através de algum mimo? Qualquer besteira que fizesse poderia ser "encoberta", "esquecida" ou, no mínimo, ter seu resultado prático extremamente protelado (quantos casos de jogadores que pisam no tomate e ficam anos sem se preocupar com as consequências?). Difícil responder né?

Pergunte a uma criança o que quer ser? Os garotos, com certeza, responderão "jogador de futebol". Agora pergunte por quê? A resposta pode te surpreender.

Ser jogador de futebol no Brasil é melhor do que ser político.

Ser jogador de futebol no Brasil é ser um Deus.

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