domingo, 9 de setembro de 2012

Eu Odeio o Jô Soares


                   Estava assistindo televisão ontem à noite (é quando tenho tempo para isso) e, entre zaps e zaps procurando algo interessante dei de cara com ele.

                Confesso que fazia algum tempo que não prestava atenção no Programa do Jô. Por vários motivos, e o principal por ser muito tarde.

                Bem, não tinha outra coisa melhor a fazer, e resolvi deixar o controle remoto de lado, recostar-me na cama e prestar atenção no Gordo. 

                Comecei a pensar há quanto tempo aquele ser roliço fazia parte da minha vida, e surgiram muitas lembranças de infância (até por que é claro que ele é mais velho que eu), de adolescência e, por fim, algumas mais recentes.

                Putz! O cara estava em todas!

                Lembrei de alguns personagens engraçadíssimos que ele fazia na época do Viva o Gordo – é, os mais novos podem não acreditar mas a Tela Quente não era o programa das segundas-feiras – e de como fiquei triste quando ele foi para o SBT. Lá em casa não pegava o canal do Tio Silvio. Aquela foi uma época de ostracismo para ele. Claro que estou falando em relação a mim né? Acho que não obedeci nenhuma vez a ordem que ele dava pra gente no título do programa naquela época.

                Quando enfim começamos a receber o sinal do Sistema Brasileiro de Televisão - meu pai comprou uma parabólica (na época era super chique) - já havia até me esquecido do Gordo, e qual foi minha surpresa ao ver que já não existia o Veja o Gordo, e que agora o humorista se aventurava como entrevistador, um “David Letterman” tupiniquim. Na inocência dos meus 10 ou 12 anos eu pensava que aquilo era horrível! 

                 Agora só faltava o Chico Anysio virar ator de novela (pena que eu não apostei com ninguém na época).

                O programa era muito chato! Pô, ele não usava nem peruca. O Capitão Gay tinha morrido!

                Abandonei o José Eugênio.

                Wagner Montes. Foi ele que fez com que eu voltasse a prestar atenção no Jô. A lembrança era tão nítida que era como se estivesse assistindo um filme. Uma reportagem dele sobre o Jô Soares Onze e Meia. A reportagem não era lá essas coisas vamos combinar, mas recordo bem de uma pergunta que ele fez a um dos caras do Quinteto (antes era quinteto viu gurizada?): “Como vocês fazem para parar certinho quando ele faz sinal?” A resposta foi dada meio sem graça, pois a pergunta não foi das mais inspiradas também.

                Bem, o que importa é que ele passou a fazer parte da minha programação novamente.

                Só aí descobri que o próprio nome do programa era uma piada. Ou alguém viu ele  começar no horário citado?

                Sofri com a perda do Rubinho. Eu adorava o jeitão dele. O Tomati foi uma aquisição muito boa, assim como o Chiquinho. E o Tomati tá de cabelo branco cara...

                O auge foi a volta para a Globo. Nossa, o que foi  aquilo? Algum tempo depois surgiram as histórias de como foi a negociação, etc. Ri muito com o relato do Jô sobre o Max Nunes com as roupas mal colocadas (ou algo com os botões...) na festa de comemoração. “Ele é um gênio” – repetia aos convidados para tentar justificar aquele estado.

                Assisti ao primeiro programa na Globo!

                Muitas entrevistas marcantes que, é claro, não vou citar para não cometer injustiças.

                Em todas aquele charme inconfundível e às vezes tão criticado. Ou nunca ouviste que o Jô não deixa ninguém falar?

                O que importa é que tudo isso passou pela minha cabeça naqueles vinte segundos que demorei para me ajeitar na cama. Todas as emoções, as risadas, enfim...

                Depois que estava bem confortável, comecei a assistir a entrevista e percebi algo que até então meu subconsciente mantinha escondidinho: COMO EU ODEIO O JÔ SOARES!

                 Desliguei a TV e fui dormir.

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